Circular
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Poema do livro Movimento suspeito, Urutau, 2016.
Circular
a vida de palavras
gravadas em letras falsas.
Depois apagá-las
com um apagador de fogos-fátuos.
Retirar o sangue
de circulação do corpo
exausto
da falta de alvo e de êxtase.
Desamarrar das pernas
o caminho em círculos
preciso
na repetição cíclica
das mesmas misérias.
Escapar
à mesa redonda dos messias
dispostos a nos aprisionar
no paraíso
à nossa revelia.
Buscar o que as mãos
não alcançam,
o que os olhos
não veem,
o que a mente
sequer consegue imaginar.
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