Permanência















Permanência

A lua tão alta,
a minha vida tão baixa.

O rio canta
a indiferença dos astros.

A insônia
espalha armadilhas na vastidão da noite,
conhece
a pulsação de tarjas pretas,
os fantasmas que acendem lanternas
na rua deserta
e todas as palavras
latejando ausências ao longo do dia.

Logo a lua largará o escuro,
eu não.

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