Ars poetica II
Giuseppe Arcimboldo |
Ars poetica II
Passo palavras
na farinha de rosca
como família de indigente
passa o chapéu em velório.
Preparo
com método e esmero
um enunciado à milanesa.
Certamente
trata-se de receita bem tosca.
Falta leitura e teoria
para a sobremesa.
Tentei em vão
bater dois kinder ovos numa travessa,
lancei três colheres de óleo vegetal,
descoberto em manuais de gastronomia
pós-veganoparnasiano,
em desgastada frigideira de teflon
comprada no Mercadão de Madureira.
Agora,
falho cozinheiro experimental,
vejo um poema rejeitado
no centro do prato
às moscas.
na farinha de rosca
como família de indigente
passa o chapéu em velório.
Preparo
com método e esmero
um enunciado à milanesa.
Certamente
trata-se de receita bem tosca.
Falta leitura e teoria
para a sobremesa.
Tentei em vão
bater dois kinder ovos numa travessa,
lancei três colheres de óleo vegetal,
descoberto em manuais de gastronomia
pós-veganoparnasiano,
em desgastada frigideira de teflon
comprada no Mercadão de Madureira.
Agora,
falho cozinheiro experimental,
vejo um poema rejeitado
no centro do prato
às moscas.
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