A cidade sem você
a cidade sem você
é triste metástase
semiótica
jardins anêmicos ruas
mortas
de tédio as praças
circulares
cercadas de crimes os
prédios
espetando insônia em nuvens
de ausência holômetro
sem horizonte
a cidade sem você
amanhece
nunca corpo em
caçamba de lixo
bebês abandonados no
papelão
de caixas de
supermercado apagão
na memória dormência nas
pernas
a cidade sem você
riscada
rasura sobre o seu
nome grafado
em ruínas de bairros
abandonados
(lembra da ladeira
onde rolamos
de rir madrugada
abaixo
de nossos limites de
camaleão e salamandra?)
nenhum carro à vista
todas as placas
alteradas entre mapas
obsoletos e lixo
a cidade sem você
açula cães e demônios
contra
a memória de qualquer
caminho
tudo tudo tudo
chorume
mofo
monturo
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