Amós Oz


                                                                      
                                                     
“Eu, meu caro, não acredito no amor de todos por todos. A quantidade de amor é muito reduzida. Um homem pode amar cinco homens e mulheres, talvez dez, às vezes até quinze. E mesmo assim, só raramente, Mas se vem um homem e me declara que ele ama todo o Terceiro Mundo, ou que a América Latina, ou que ama o sexo feminino, isso não é amor, mas pura fraseologia. Ditos da boca para fora. Palavra de ordem. Não nascemos para amar mais do que um pequeno punhado de pessoas. O amor é um evento íntimo, estranho e cheio de contradições, pois mais de uma vez nós amamos alguém por amor  a nós mesmos, por egoísmo, por cupidez, por desejo físico, por vontade de dominar o amado e subjugá-lo, ou, ao contrário, devido uma espécie de desejo de ser dominado pelo objeto de nosso amor, e geralmente o amor se parece muito com o ódio e é mais próximo dele do que imagina a maioria das pessoa.”

Amós Oz   

In Judas. São Paulo: Companhia da Letras, 2004, p. 157.


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