Ânua
Ânua
Em nenhum
momento
doze meses urgência
adentro
o tempo
usa spray
para marcar a
passagem
Entre o que veio e o
que virá
já não alcançamos
cidades de ouro
tudo se fecha
estreita-se a estrada
em fenda
feracíssima fenda
não mais
pássaro
no céu em curto
já não pode alongar
o canto
decanta
refulgência
em estado de graça
mancha
o azul e o âmbar
de asas alheias
mês a mês
poemas na mesa
até a passagem
da palavra
a pássaro
e pássaro
é tudo
que se dissolve
no espaço
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