Rainer Maria Rilke
Rilke e Lou Salomé |
Assim
termina a oitava elegia de Duíno, de Rilke,
na tradução da grande poeta Dora
Ferreira da Silva, injustamente esquecida. No calor dessa infernal
quarta-feira, não sei em que colina me encontro, no entanto estou muito perto
do ponto em não se avista mais nenhum vale, do ponto que marca o meu extravio do Aberto para o além-Universo.
“Quem nos desviou
assim, para que tivéssemos
um ar de despedida em
tudo que fazemos? Como aquele
que partindo se detém
na última colina para contemplar
o vale na
distância — e ainda uma vez se volta,
hesitante, e aguarda
— assim vivemos nós,
numa incessante
despedida.”
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