Para Sabrina de Campos





  















     Para Sabrina de Campos

Homens
incapazes de olhar
inundam todas as margens
do mar sombrio
nada de olho no olho
a cobiça da carne
as façanhas da caça
circulam na mesa do bar
a mulher reduzida à pobre rima de genitália
na língua dos analfabetos da alma
gêmeos de afetos ocos
troféu
lista de conquistas
coleção de calcinhas
e cadáveres
porque assassinamos as que escapam ao controle
acostumados a acioná-las
com o controle remoto de nossos desejos
matamos duas três oito
como quem bebe um chope após outro
somos o patriarcaico

não cansamos de enviar oferendas
ao mar sombrio

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