Abalo















Abalo

o telefone
pendia do orelhão
espanto
em escuta
do outro lado
do fone
lua
pendurada
a cabeça
beijava
o meio fio
glóbulo
aflito
de seus gomos
argentinos
desciam
gosma
e cizânia
em letras garrafais

a voz vazava os tímpanos:
“seu babaca,
vê se não me liga
nunca mais!”

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