Philip Larkin


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Philip Larkin foi, sem dúvida, um dos grandes poetas do século passado. Fiz uma tradução amadora  que não chega perto da riqueza do poema original. Mas poeta sem ousadia nunca será capaz de voar.


The trees

The trees are coming into leaf
Like something almost being said;
The recent buds relax and spread,
Their greenness is a kind of grief.

Is it that they are born again
And we grow old? No, they die too.
Their yearly trick of looking new
Is written down in rings of grain.

Yet still the unresting castles thresh
In fullgrown thickness every May.
Last year is dead, they seem to say,
Begin afresh, afresh, afresh.

In High Windows, 1974.

* * *
As árvores

As árvores renovam as folhas
como se ensaiassem uma fala;
os novos brotos se espalham devagar,
seu verdor é uma espécie de mágoa.

Será que ao nascerem novamente,
envelhecemos? Não, também morrem.
Seu truque anual de renascimento
está escrito nos anéis da madeira.

Porém os castelos inquietos se expandem
em fronde espessa todo mês de maio.
O último ano morreu, parecem dizer,
comece de novo, de novo, de novo.

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