Carta de navegação




Carta de navegação

Insulado em inacessível mar
os olhos inflados de incertezas
o solitário  navegante
em círculos
singra as águas sujas do destino,

Segura um leme imaginário,
faz da pele velas latinas
e mergulha  os remendos de palavras
no sal noturno da angústia

Do mar não emergem deuses,
das ondas não renasce Atlântida,
das espumas não surgem sereias.

Não há lume a indicar o rumo.
O próximo porto não está à frente,
está no fundo.

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