Letal
Letal
Esse gás que emana
de ruas implacáveis
guarda o gozo inimaginável
de autômatos
assassinos.
Esse gás que emana
de praças sitiadas
onde iguais não se
irmanam
enferruja as horas
paralisa a poesia.
Esse gás que exercita
névoa e asfixia
em manhãs de setembro
torna intransitáveis
as alternativas
aos jardins
despedaçados
e às estátuas em escombros
dos grandes homens
caídas no lamaçal
entre grades.
Tão letal
quanto a química perversa
a emanar de textos
que transformam a
vida em crimes.
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