Mina da memória
Mina da memória
um rio de água
amarela,
larga linha de
enxofre
sinuosa sobre a
terra.
Nele se afunda
um barco sem remos,
sem velas, sem leme;
um barco infrene,
imune ao peso dos
anos;
um barco
onde sonhos tremulam,
onde corpos tremem.
No cavername do peito
do nauta submerso
boiam terras sem nome.
O silêncio,
longe dos mares
inavegáveis,
grava palavras a
pavor pleno
na madeira rústica do
calado
quando toca o
talvegue.
Impossível decifrar a
caligrafia do silêncio
quando o passado
veleja
a cem nós na
garganta.
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