Farinha do eterno
Farinha do eterno
A noite da minha vida
já passou da metade.
Meus olhos lentamente gastaram
os ponteiros de relógios de parede
de tantos outonos passados.
Sim,
"Meu coração é um balde despejado".
Imóvel no canto escuro,
nômade de sonhos antigos,
escuto Jards Macalé reverenciar Pessoa
"Me joga fora
que na água do balde eu vou-me embora"
e me pergunto para onde foi a água.
Uma voz vingativa
corta o silêncio da penumbra
e fala:
-- para o ralo.
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